Luiza Brunet diz que ainda teme Lírio Parisotto cinco anos após espancamento
Do Globo:

O mesmo tempo que cura feridas pode transformá-las em vingança. Ou em luta. Agredida brutalmente pelo ex-companheiro, o empresário Lírio Parisotto, numa madrugada de maio de 2016, Luiza Brunet preferiu o segundo caminho.
“De outra forma, não conseguiria ajudar as mulheres que passam por uma situação como a que eu vivi”, diz a modelo e ativista, que, às vésperas de completar 59 anos, ainda estremece ao lembrar do episódio.
“Estávamos em Nova York para um evento e, logo depois do jantar, apanhei gratuitamente. Era perto do meu aniversário, pode imaginar a dor?”
Luiza afirma que vivia numa relação estável, “aparentemente boa”, com Parisotto há quatro anos e meio; mas que tinha experimentado diferentes formas de violência ao longo desse período.
“Fui dando oportunidades, achando que iríamos acertar os ponteiros. Foi muito triste me ver naquele lugar. Acreditava que éramos maduros o suficiente para resolvermos nossas questões de um jeito civilizado. Senti medo do que poderia acontecer comigo quando decidi denunciá-lo. Afinal, Lírio é um homem poderoso, mas segui em frente.”
(…) Cinco anos depois da agressão, que imagem custa a sair da sua cabeça?
Lembro do meu rosto desfigurado. Pensei: ‘Meu Deus do céu, ninguém merece passar por isso’. Lírio chutou meu rosto, me quebrou quatro costelas e um dedo… Foi algo extremamente irracional, uma violência sem propósito. Mesmo ele sendo poderoso, resolvi prestar a queixa. O processo foi longo e árduo, mas venci. Ainda hoje, tenho receio de ele tentar algo contra mim. Mas nesses casos, a denúncia é o melhor caminho. Não me arrependo de absolutamente nada. Relacionamentos abusivos geralmente acabam em feminicídio. Gosto do rumo que minha vida tomou. Amo trabalhar em prol das mulheres, mostrando que é possível sair dessa posição que não é legal para ninguém.
(…)