Lula está no 2º turno em 2022 e Bolsonaro terá de brigar por vaga com conservadores, diz cientista político

A decisão do Supremo Tribunal Federal de anular as condenações do ex-presidente Lula no âmbito da Operação Lava Jato mexeu as peças para as eleições de 2022.
Com os direitos políticos recuperados, o petista reafirma o desejo de ser candidato novamente. Caso a promessa se cumpra, sua vaga no segundo turno está praticamente garantida. O outro posto, avaliam especialistas consultados por CartaCapital, será disputado entre o atual presidente Jair Bolsonaro e algum candidato de centro, caso haja unidade em torno de um nome.
Na quinta-feira 31, seis potenciais candidatos assinaram um documento chamado Manifesto pela Consciência Democrática, em que rechaçam o “autoritarismo” e defendem a “liberdade”.
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Com participação de Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM), João Amoêdo (Novo) e Luciano Huck, o documento foi visto como um ensaio para romper a polarização entre Lula e Bolsonaro.
“A segunda vaga [para o 2º turno] será disputada entre Bolsonaro e um candidato de centro. Bolsonaro deve ter 20% dos votos, porque ele perdeu quatro grupos importantes: os lava-jatistas, os liberais, os anti-petistas e os conservadores”, avalia Márcio Coimbra, coordenador da pós-graduação em Relações Institucionais e Governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília e diretor-executivo do Interlegis no Senado Federal.
Para ele, “somadas [as intenções de voto em] Moro, Huck, Doria e Leite se tem os mesmos 20% do Bolsonaro. Caso haja uma união de centro, há a possibilidade de tirar o presidente do segundo turno”, aponta.