Luto e investigação marcam Praia Grande após queda de balão

Uma semana após o acidente fatal com um balão de ar quente em Praia Grande, no sul de Santa Catarina, a cidade ainda tenta retomar a rotina em meio ao luto e às investigações. O acidente, que ocorreu no sábado, 21 de junho, deixou oito mortos e 13 feridos, sendo considerado o mais grave já registrado no turismo de balonismo no Brasil. O episódio mobilizou autoridades estaduais e federais, e levantou questionamentos sobre a segurança na operação turística com balões.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou um inquérito civil e deu prazo de dez dias para a empresa Sobrevoar Serviços Turísticos entregar toda a documentação referente ao voo, incluindo certificados da aeronave, do piloto, alvarás e apólices de seguro. Enquanto isso, a Polícia Civil e a Polícia Científica realizaram uma reconstituição do acidente, baseada no depoimento do piloto. Um dos focos da investigação é o maçarico auxiliar encontrado no local, apontado como possível origem do incêndio, e um extintor de incêndio que não funcionou.

Além dos laudos técnicos e cadavéricos já concluídos, mais de 20 pessoas foram ouvidas até o momento, entre sobreviventes, funcionários e o dono da empresa. As autoridades também investigam se havia falhas nos protocolos de segurança e manutenção do equipamento. O caso também está sendo acompanhado por órgãos como a ANAC e o CENIPA. O prazo para a conclusão do inquérito pode se estender por até 30 dias após o acidente, conforme os procedimentos padrão de investigação aeronáutica.

Neste último fim de semana, a cidade ainda registrava movimento tímido de turistas, e os voos de balão permaneceram suspensos por decisão das empresas locais, como sinal de respeito às vítimas. O clima em Praia Grande foi de luto e silêncio, com homenagens às famílias afetadas e ausência de sobrevoos nas primeiras horas da manhã, que normalmente são marcadas pelo colorido dos balões no céu da região conhecida como “capital do balonismo”.