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“Luz amarela para fome no Brasil foi acesa”, diz brasileiro do programa da ONU que ganhou Nobel da Paz

Fome. Imagem: William West/AFP

De Luis Barrucho na BBC Brasil.

Madrugador assumido, o economista Daniel Balaban já estava acordado quando recebeu a notícia de que a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) da qual é o representante para o Brasil, o Programa Mundial de Alimentos (PMA), havia ganhado o Nobel da Paz.

O prêmio foi anunciado na sexta-feira (09/10) na Noruega, pelo Comitê Nobel, em razão dos esforços da agência “para combater a fome, por sua contribuição para melhorar as condições de paz em áreas afetadas por conflitos e por atuar como uma força motriz em esforços para prevenir o uso da fome como arma de guerra e conflito”.

Em entrevista à BBC News Brasil por telefone, Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome e representante do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) no Brasil, afirma que a “luz amarela para fome no Brasil foi acesa” devido “à regressão das políticas sociais” e que será preciso agir rápido para evitar que o país volte ao Mapa da Fome, quando mais de 5% da população enfrenta insegurança alimentar grave.

“Dá para reverter esse quadro se houver união nacional. A própria população brasileira solicitando e fazendo pressão em cima dos entes públicos. E o Nobel foi muito importante para isso, pois lança luz sobre um problema que afeta o mundo e estava um pouco esquecido”, diz.

Questionado sobre se, em sua visão, o governo de Jair Bolsonaro está comprometido em “reverter esse quadro”, Balaban defende “demonstrar a importância a todos os formuladores de políticas públicas de orientar recursos para as populações mais vulneráveis”.

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