Machismo: investigação mostra que faculdade do Japão reduziu notas de mulheres em vestibular de medicina
De Elaine Lies do Agência Reuters.
Uma faculdade de medicina do Japão reduziu deliberadamente as notas de exames de admissão de mulheres durante ao menos uma década, disse uma comissão de investigação nesta terça-feira, classificando a prática como um caso “muito sério” de discriminação, mas autoridades da universidade negaram ter conhecimento das manipulações.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, tornou prioridade a criação de uma sociedade “na qual as mulheres possam brilhar”, mas as mulheres japonesas ainda enfrentam muitos desafios para conseguir empregos e voltar ao trabalho depois de ter filhos, um dos fatores por trás do declínio da taxa de natalidade.
As alterações foram descobertas em uma investigação interna após uma acusação de corrupção relativa ao exame de admissão da Universidade de Medicina de Tóquio, o que provocou protestos e revolta.
Advogados que investigam acusações de corrupção no exame de admissão do filho de um funcionário graduado do Ministério da Educação disseram ter concluído que sua nota, e as de vários outros homens, foram reforçadas “injustamente” — em até 49 pontos em um caso.
Eles também concluíram que as notas foram manipuladas para dar mais pontos a homens do que a mulheres, diminuindo o número de mulheres aceitas, já que autoridades da escola acreditam que elas estão mais inclinadas a deixar a profissão depois de ter filhos, ou por outras razões.
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