Madero tenta ‘enrolar’ dívida bilionária com bancos para ano que vem

Fechando o primeiro trimestre do ano com quase R$ 1 bilhão em endividamento bruto, o grupo Madero negocia agora com bancos o adiamento do início dos pagamentos, previsto para setembro. A ideia é conseguir rolar a dívida para o ano que vem.
O vice-presidente financeiro da companhia, Ariel Szwarc, fala sobre o adiantamento em pelo menos um ano. “Fizemos emissão de CRAs – Certificados de Recebíveis do Agronegócio – que está em grande parte vendida. Mas a Selic – taxa básica de juros – não dá trégua. Então, estamos renegociando com bancos para reperfilar o principal da dívida, acordo que esperamos fechar este mês ou até julho”, disse.
As vendas cresceram 11,6% nas mesmas lojas entre janeiro a março em comparação com o mesmo período no ano anterior. Sua receita líquida aumentou em 22,8%, porém, a companhia aponta prejuízo de R$ 43,5 milhões, pouco menos que no começo de 2022, com R$ 54,3 milhões.
Em ritmo mais lento em retomada pós-pandemia, e com uma alta de juros, a dívida da empresa gerada para a abertura de novas lojas disparou. Além disso, o Madero passou por um dano de imagem provocado pelo presidente do grupo, Junior Durski, que em vídeo, criticou as medidas de segurança contra o coronavírus, em 2020. Ele afirmou que a economia do Brasil não poderia parar mesmo que a Covid causasse “cinco ou sete mil mortes”, fazendo coro com o então presidente Bolsonaro (PL), de quem foi apoiador incondicional.
Em 2021, o Madero recebeu R$ 300 milhões do fundo americano Carlyle, seu sócio, usou um terço para abater a dívida de R$ 1 bilhão, emitiu R$ 500 milhões em CRAs e refinanciou o que sobrou.