Mãe de Adriano da Nóbrega comprou restaurante após ser exonerada do gabinete de Flávio Bolsonaro

Da Veja:
Em dezembro de 2018, pouco mais de um mês depois de ser exonerada do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (sem partido) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por causa do esquema da rachadinha, Raimunda Veras Magalhães, mãe de Adriano Magalhães da Nóbrega, comprou o restaurante e pizzaria Boteco e Brasa, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. Ela já era proprietária de outro estabelecimento, no mesmo bairro. Primo de segundo grau de Antônio de Souza, de 62 anos, é o gerente dos dois negócios e confirmou a VEJA que ela é mesmo uma das sócias das duas casas. Antônio conta que não tem contato com Raimunda há pelo menos um ano, desde a deflagração da operação Os Intocáveis. “Ela desapareceu de um dia para o outro”, diz o primo. “Conheci o Adriano pequeno. Tenho certeza que a Raimunda ficou sem chão (com a morte do miliciano)”, fala o comerciante.
Ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do Rio, Adriano é investigado por chefiar um grupo de milicianos chamado de Escritório do Crime. Ele foi morto em ação conjunta da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e do núcleo de inteligência da Polícia Civil do Rio no último dia 9 de fevereiro.
O Boteco e Brasa, na Rua Dona Cecília 39, foi aberto em 20 de dezembro de 2018, com capital social de 50 000 reais (hoje vale 200 000, segundo Antônio). O segundo restaurante, Bairrada Adega Gourmet, vale 180 000 reais, também de acordo com comerciante. Somados, os dois chegam a 380 000 reais.
Raimunda deixou o gabinete de Flávio Bolsonaro em 13 de novembro do mesmo ano. A mãe de Adriano estava na Assembleia como assessora desde 2 de março de 2015, com salário líquido de 5 124 reais. De acordo com relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, hoje Unidade de Inteligência Financeira), Raimunda depositou 4 600 reais na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor e braço direito de Flávio.
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