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Mãe de campeão de jiu-jítsu lamenta absolvição de PM que o matou: “Segundo enterro”

O policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, preso por ter matado o campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo, em agosto de 2022. Foto: Reprodução/Instagram

A mãe de Leandro Lo, Fátima Lo, criticou duramente a absolvição do policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, julgado pelo homicídio do campeão mundial de jiu-jítsu em 2022. Em vídeo publicado nas redes sociais, ela classificou o resultado do júri como “impunidade” e afirmou ter sentido que “enterrou o filho pela segunda vez”. Segundo ela, a família foi humilhada durante os três dias de julgamento no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. A defesa de Velozo sustentou que o PM agiu em legítima defesa, tese aceita pelos jurados.

Velozo deixou o Presídio Militar Romão Gomes na madrugada deste sábado (15) após a decisão do júri popular. O crime ocorreu em agosto de 2022, dentro do Clube Sírio, na Zona Sul da capital. Leandro Lo, oito vezes campeão mundial, foi baleado na cabeça após uma discussão e morreu no hospital. A Promotoria havia denunciado o policial por homicídio triplamente qualificado, mas o júri entendeu que não houve intenção criminosa.

Em seu desabafo, Fátima Lo acusou a defesa do policial de apresentar “um teatro” e montar uma narrativa falsa para convencer o júri. Ela afirmou que o exame de corpo de delito de Velozo não mostrou qualquer lesão compatível com a versão de agressão relatada pelo PM. A família anunciou que vai recorrer e espera a anulação da decisão. O Ministério Público também avaliou o julgamento como “complicado, com nulidades”.

Os advogados do policial comemoraram a absolvição e disseram que as provas apontaram legítima defesa. Segundo eles, testemunhos e elementos técnicos desmontaram a versão da acusação. O caso segue repercutindo no meio esportivo e entre praticantes de jiu-jítsu, que organizam manifestações pedindo revisão do resultado. A decisão ainda pode ser revista pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.