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“Maior inimigo da Amazônia está no Planalto”, diz secretário do Observatório do Clima

Do RFI

Jair Bolsonaro em discurso na ONU – Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP

Um programa para que empresas brasileiras e estrangeiras apadrinhem a preservação da floresta, esta é a ideia do Adote um Parque, lançado pelo Ministério do Meio Ambiente. O governo federal estima arrecadar R$ 3,2 bilhões para a preservação ambiental. Na avaliação de Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, tudo não passa de um jogo de cena. “O que falta não é dinheiro, falta compromisso”, afirma em entrevista à RFI. (…)

“É apenas uma cena de marketing, no palco e diante dos microfones este governo tenta lançar um projeto para parecer que cuida do meio ambiente, mas por trás das cortinas o que o governo faz é incentivar o desmatamento e os crimes ambientais na Amazônia”, afirma Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima. (…)

Para Astrini, com a chegada do democrata Joe Biden ao governo norte-americano os Estados Unidos devem reforçar um ambiente político de busca por soluções à crise climática. Durante sua campanha, Biden chegou a criticar o Brasil em um debate contra Trump e propôs a criação de um fundo de US$ 20 bilhões (mais de R$ 100 bi) para a preservação da Amazônia.

Ao lado da Europa e da China, o governo norte-americano deve tomar uma postura pró agenda ambiental, com metas de redução de desmatamento e de poluição. “Do outro lado da moeda está o Brasil. O governo brasileiro virou um inimigo do clima mundial”, salienta. “ Eles estão a dois anos promovendo desmatamento e retrocessos. O maior inimigo da Amazônia está sentado no Palácio do Planalto.”

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