Maior lago do mundo está secando e pode desaparecer, dizem cientistas

O Mar Cáspio, maior lago do mundo, está encolhendo rapidamente desde os anos 1990, mas o ritmo da redução se acelerou a partir de 2005, segundo especialistas. Com 80% de sua água proveniente do rio Volga, o Cáspio sofre com barragens, extração excessiva de água e o agravamento da crise climática, que eleva a evaporação e reduz o volume de chuvas.
Pesquisadores alertam que, até o fim do século, o nível do lago pode baixar entre 8 e 30 metros, o que ameaça colapsar a biodiversidade local e a economia dos cinco países que o cercam: Cazaquistão, Irã, Azerbaijão, Rússia e Turcomenistão.
O declínio do Mar Cáspio já afeta comunidades como as de Aktau, no Cazaquistão, onde áreas antes submersas viraram terrenos áridos. Além dos impactos sociais e econômicos, a fauna sofre: as focas-do-cáspio, exclusivas da região, tiveram quedas drásticas de população, e o esturjão selvagem, fonte de 90% do caviar mundial, está ameaçado de extinção. Cientistas alertam que o lago pode enfrentar o mesmo destino do Mar de Aral, que praticamente desapareceu por ação humana e climática.
A preocupação internacional cresce às vésperas da COP29, que ocorrerá em Baku, no Azerbaijão, à beira do próprio Mar Cáspio. Especialistas afirmam que sem uma ação coletiva dos países da região, o lago pode chegar a um ponto irreversível. O presidente do Azerbaijão já classificou a situação como “catastrófica”, mas ao mesmo tempo, o país pretende ampliar a produção de combustíveis fósseis, um dos principais fatores do aquecimento global e da crise hídrica local.