Apoie o DCM

Mais de 1,2 milhão de hectares de vegetação nativa foram devastados por queimadas no Pantanal

De José Maria Tomazela no Estadão

Segundo o Inpe, a região já teve mais de 3,8 mil focos de incêndio desde o início do ano. Foto: Reprodução/Globo

As queimadas já devastaram mais de 1,2 milhão de hectares de vegetação nativa, nos dois últimos meses, no Pantanal, um dos principais ecossistemas brasileiros. De acordo com o Corpo de Bombeiros dos dois estados, foram queimados 815 mil hectares no Pantanal de Mato Grosso do Sul e 350 mil hectares no território coberto pelo bioma em Mato Grosso.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Pantanal teve 1.648 focos de incêndio em julho deste ano, o mais alto número desde 1998, quando a região passou a ser monitorada por satélite. O número é 3,4 vezes maior que em julho do ano passado, quando houve 494 queimadas.

Nesta segunda-feira, 3, cerca de 300 militares e civis, além de cinco aeronaves das Forças Armadas, continuavam o combate às chamas na região de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Um avião cargueiro Hércules, com capacidade para 12 mil litros de água, apoia a ação das equipes em terra. No fim de semana, segundo relato dos moradores, uma chuva de fuligem cobriu a cidade.

Conforme o meteorologista Natálio Abrão, da Estação Climatológica de Campo Grande, capital do estado, a situação deve se agravar ante a previsão de mais 15 dias de seca. “A estiagem perdura há mais de 40 dias e o fogo atinge a raiz das plantas. Apaga por cima e depois reacende, pois o solo seco é arenoso e ácido”, disse.

(…)