Mandetta alerta para risco de “vacinação a conta-gotas” por má diplomacia e dependência da Coronavac

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta alertou para o risco da imunização contra a covid-19 ser interrompida por insuficiência de vacinas em entrevista à GloboNews nesta segunda (18).
Ele também criticou a má diplomacia do Brasil e a dependência da Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac.
“Hoje dependemos que a diplomacia sanitária e o Itamaraty garantam a chegada do insumo, tanto para as necessidades da Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz] como do Butantan. Acredito que a gente pode, sim, ter uma vacinação a ‘conta-gotas’. [Acredito] Que a gente pode estar vacinando bem e daqui a pouco parar porque acabaram [as doses]”, disse o ex-ministro à GloboNews.
Mandetta classificou a situação do Brasil como “muito frágil” porque o Butantan ainda não produz a vacina, só é responsável pelo envase, ou seja, depende da chegada do princípio ativo, substância que compõe as vacinas, vindo da China. A situação é a mesma com o imunizante da AstraZeneca/Oxford, que também tem componentes produzidos no país asiático.
“Cria-se uma expetativa na ponta, estamos vendo agora uma série de governadores fazerem eventos para mostrar que estão levando as vacinas para seus estados. Além disso, algumas coisas não foram ditas, como quando colocam que profissionais da linha de frente serão vacinados prioritariamente. Quem são esses profissionais?”, questionou.