Apoie o DCM

Manuela D’Ávila diz que quase desistiu de candidatura em 2020 após ataques de bolsonarista em debate

Manuela D’Ávila

Em entrevista ao Universa, Manuela D’Ávila diz que quase desistiu da candidatura à Prefeitura de Porto Alegre em 2020, após os ataques que sofreu nos debates.

Ela revela que chegou em casa na noite de 12 de novembro, após o último debate do primeiro turno, e não conseguia parar de chorar.

O candidato Rodrigo Maroni (PROS), seu ex-namorado, a chamou ao vivo de “patricinha mimada” e disse que “se fosse abrir a boca, acabaria com a sua vida”.

Leia um trecho da entrevista:

Você foi uma das mulheres mais atacadas nas eleições de 2020. Quais foram as piores situações que viveu?

A pior foi a noite depois do último debate do primeiro turno. Eu estava muito chocada, mas o maior choque foram os homens que silenciaram diante da violência contra mim. Enfrentei o bolsonarismo em Porto Alegre, era a única mulher de esquerda que poderia governar uma capital, virei o alvo prioritário. Estou falando de um debate, mas foram dez, em uma campanha de um ex-namorado [o também candidato Rodrigo Maroni] com ataques pessoais e silêncio cúmplice de outros candidatos. Pela primeira vez na vida pensei em desistir no meio de uma campanha. (…)

Você está dizendo que ser vice de Fernando Haddad (PT), no auge do antipetismo e do bolsonarismo, não foi tão violento quanto liderar a disputa pela Prefeitura de Porto Alegre?

Sim. (…) Quando tive que decidir concorrer à prefeita, minhas amigas perguntaram se eu estava preparada para disputar outra eleição depois do que vivi em 2018. E eu sempre repetia, quase como um mantra, que nada podia ser pior do que disputar eleição contra o Bolsonaro, que nada seria mais violento que aquilo. Estava completamente errada.