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Maradona morre como maior mito do país após sintetizar Argentina

Ronaldo Schemist/AFP

Da Folha:

Há uma lenda na Argentina de que ainda hoje existem casas em que não há campainha na porta. Nelas, qualquer visitante deve gritar “viva Perón!” para ser atendido. Mas o presidente Juan Domingo Perón (1895-1974) tem detratores. O peronismo, movimento político batizado em homenagem a ele, voltou ao poder com Alberto Fernández no ano passado e enfrenta oposição.

O mesmo não acontece com Diego Armando Maradona. O 25 de novembro, dia de sua morte, o ergueu ao patamar de maior mito do país. “Hoje é o dia mais triste da história da Argentina”, resumiu o jornalista e narrador Sebastián Vignolo, um dos rostos mais conhecidos da TV nacional.

Minutos após a confirmação da morte, os portenhos se dirigiram aos lugares mais identificados com a história do ex-jogador. O Obelisco, no centro de Buenos Aires, local da festa do título mundial de 1986. O estádio de La Bombonera, do Boca Juniors, o time do coração do ídolo. O campo do Argentinos Juniors, onde ele se profissionalizou, e que hoje leva seu nome. E o do Gimnasia y La Plata, onde era o técnico.

“Eu são sou sociólogo, mas Diego foi um sujeito que captou a essência do que é ser argentino. Ele está na psique do seu povo. Pelo fato de ter sido quem foi, a aposentadoria e os problemas que teve o fizeram ser ainda mais amado. Diego sempre teve a capacidade de se fazer querido. Mas para os argentinos, ele é muito mais do que ser idolatrado”, define Fernando Signorini, preparador físico pessoal de Maradona durante mais de uma década.

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