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Marcas da Abril (incluindo a Veja) são ignoradas por leitores em estudo da Reuters sobre consumo de mídia

Do Observatório da Imprensa:

 

As organizações jornalísticas terão que ser “mais inventivas do que nunca com estratégias digitais se quiserem sobreviver”. O alerta é do estudo anual do Reuters Institute for the Study of Journalism, da Universidade Oxford, que mapeia os hábitos e comportamentos de consumo de mídia em diferentes lugares do mundo. São mais de cem páginas com dados sobre como as pessoas acessam as notícias e como pagam – ou não – por elas.

Para a pesquisa, feita em parceria com o Tow Center for Digital Journalism, de Columbia, foram entrevistadas mais de 20 mil pessoas em 12 países – Brasil, EUA, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, França, Itália, Espanha, Dinamarca, Finlândia, Japão e Austrália.

Em resumo, constatou-se um aumento no uso de mídias sociais e plataformas móveis, foi reconhecida a crescente importância do Facebook como fonte de notícias, e descobriu-se – sem surpresa – que o público não está nada satisfeito com a publicidade online.

“Entre os pontos positivos do relatório está o fato de que as pessoas estão consumindo bastante as notícias. Mas as notícias não estão vindo dos lugares usuais, e a grande maioria do público não paga por elas – e diz que provavelmente nunca irá pagar. Isso é ótimo se você está interessado em disseminar as notícias e o jornalismo, mas provavelmente não tão bom se você é um veículo de mídia tentando construir um modelo de negócios sustentável”, avalia o jornalista Mathew Ingram em artigo na Fortune.

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Notas sobre o Brasil: demissões e ZapZap

O estudo do Reuters Institute apresenta o Brasil como o maior mercado de mídia da América do Sul e afirma que os brasileiros estão entre os maiores consumidores de blogs e redes sociais do mundo. Cita ainda o declínio da economia brasileira para notar os recorrentes cortes e demissões na mídia tradicional. “O debate é o mesmo de Nova York ou Madri: como compensar pela queda na receita publicitária”, afirma o relatório, ressaltando que, entre os maiores jornais do país, a Folha de S. Paulo vem fazendo experiências com vídeo, enquanto o Estado de S. Paulo testa novos modelos de negócios, entre eles o de conteúdo patrocinado.

O uso de tablets por aqui parece ter estacionado, como em outras partes do mundo: os aparelhos estão sendo substituídos por celulares mais baratos com telas grandes. O estudo aponta que “2014 foi o ano do WhatsApp – ou ZapZap, como é conhecido no Brasil”. Veículos de mídia têm encorajado o uso do aplicativo para construir redes colaborativas de compartilhamento de informações.

 

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