Mayra Pinheiro, Capitã Cloroquina, mentiu pelo menos 11 vezes no depoimento na CPI
Da CNN Brasil

A equipe de checagem rápida organizada pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) apontou até agora 11 mentiras no depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.
Veja abaixo a íntegra do documento a que a CNN teve acesso:
DESTAQUES CONTRADITÓRIOS DO DEPOIMENTO
MAYRA ISABEL CORREIA PINHEIRO
ASSUNTO – FALSO TESTEMUNHO – VERDADE DOS FATOS
TRATAMENTO PRECOCE
Utilizado por profissionais médicos de todos os mundos, que oferecem assim que feito o diagnóstico.
Não há qualquer dado a esse respeito, sobretudo após a recomendação da OMS em sentido contrário ao uso de cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina.
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Notas Orientativas do Ministério da Saúdo, nº 9 e nº 17 apenas recomendam.
O documento “Plano Manaus”, assinado pelo Ministro Pazuello, diz textualmente que deve incentivar o tratamento precoce. O aplicativo TrateCov, por sua vez, indica expressamente o tratamento. A depoente, em ofício encaminhado à Secretaria de Saúde considera inadmissível não usar a cloroquina e demais remédios. (…)
CLOROQUINA
Assevera ser antiviral.
Mantém a orientação para uso de Cloroquina e Hidroxicloroquina.
A Cloroquina não é um antiviral nem um anti-inflamatório, e sim um antimalárico, utilizado em casos de malária, que é um protozoário, não um vírus.
OMS e Conitec recomendam não utilizar os medicamentos, porque inócuos ao tratamento.
TRATECOV
A plataforma foi retirada do ar porque foi hackeada e dados teriam sido irregularmente alterados.
Ela mesma se contradisse, e contradisse Pazzuelo, ao afirmar que a plataforma foi retirada do ar, APENAS, para fins de investigação, sem que tenha havido deturpação (como declarou Pazzuelo) ou alteração (como ela mesma disse) da plataforma.
OMS e CONITEC
Levou em consideração os estudos e declarações a respeito do uso de cloroquina e hidroxicloroquina
Usou e recomendou o uso, porque, segundo suas próprias declarações contraditórias, as recomendações da OMS e CONITEC foram baseados em estudos com qualidade metodológica questionáveis. (…)
ISOLAMENTO
Afirma que o isolamento causou mais pânico na cidade, atrapalhou a evolução natural da doença e impediu o efeito rebanho de imunização.
Contradisse sua declaração ao ser perguntada se teria conhecimento, recebido estudo técnico ou análise dessa tese e de seu impacto sobre a saúde pública, afirmando que NÃO RECEBEU.
Também afirmou que tal tese nunca foi cogitada pelo Ministério da saúde e que desconhece qualquer médico que defendesse igual teoria.
COMANDO DO MS
Declarou continuidade dos trabalhos desde a gestão Mandetta.
Contradisse sua afirmação ao afirmar os diferentes Ministros adotaram decisões diversas porque as necessidades quanto à pandemia teriam mudado ao longo do tempo.
MANAUS
Afirma que conhecia previamente a situação e as características do sistema de saúde de Manaus, que já havia experimentado um colapso em abril e maio de 2020.
Há clara contradição quando declara que, somente esteve em Manaus entre 3 e 5 de janeiro, quando tomou ciência da realidade ali apresentada.
E, declara também que só se deslocou a Manaus em 3/1/21, para providências pertinentes, por ordem do Ministro Pazzuelo.
OXIGÊNIO EM MANAUS
Seria impossível prever a quantidade de oxigênio a ser usada e a consequente falta do fornecimento.
Contradição com o que afirmou ao Ministério Público Federal: “é possível realizar esse cálculo a partir do prognóstico de hospitalizações, pois se estima a quantidade de insumo a partir do número de internados.
ENCONTRO COM O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Respondeu ao Senador Renan Calheiros que nunca havia se encontrado com o presidente da República.
Em contradição, respondeu ao Senador Randolfe Rodrigues que encontrou-se uma única vez com o Presidente da República, no Ministério da Saúde.