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MBL Estudantil não quer só disputar o comando da UNE: seu objetivo é fechar a entidade depois

De Severino Motta no BuzzFeed Brasil.

Na opinião dos líderes do MBL (Movimento Brasil Livre), a UNE (União Nacional dos Estudantes) deixou, há muito tempo, de representar os alunos do país.

Para resolver os problemas da entidade, pensaram numa solução não muito ortodoxa: fechar a instituição.

Para isso, o MBL pretende intensificar seu trabalho juntos aos alunos de escolas e universidades por meio de um braço estudantil do movimento.

E, tendo sucesso, disputar a UNE pelo voto — e com a proposta clara e assumidade dar cabo às atividades da entidade.

“Nessa sociedade descentralizada e digitalmente conectada, a UNE não é mais capaz de representar os estudantes, ninguém se sente representado por ela. Hoje, ela não é nada além de uma representação organizada de partidos de esquerda”, disse ao BuzzFeed News um dos líderes do MBL que ficará à frente do braço estudantil do movimento, Pedro D’Eyrot.

Fundada em 1938, a UNE foi o berço político de muitos líderes partidários que chegaram ao poder na redemocratização pós-ditadura, como José Serra (que presidiu a entidade em 1963 e 1964) e José Dirceu.

Nos planos do MBL, o fim da UNE não significaria necessariamente o fim de uma entidade nacional que represente os estudantes. A ideia do grupo é acabar com a UNE como ela existe hoje e, depois de encerrada, permitir que uma nova agremiação seja criada de forma “realmente democrática”, disse o coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, Renan Santos.

“Vamos concorrer para encerrar a UNE, abrir as contas da UNE, mostrar tudo e fechar a entidade. E, se estudantes quiserem organizar uma coisa nova, que criem após assembleia realmente democrática. E nós nem disputaremos. Eles começam algo do zero e nós saímos”, disse.

(…)

Foto: Reprodução / Pedro D’Eyrot e Renan Santos, do MBL