MBL quer censurar e cortar cachê de artista que se manifesta politicamente
Partidos conservadores continuam na tentativa de impedir manifestações políticas entre artistas. Lideranças do MBL (Movimento Brasil Livre) desenvolveram um projeto de lei que propõe a suspensão do pagamento de cachês de artistas que fizerem manifestações de cunho eleitoral durante shows pagos com verbas públicas municipais. O texto foi escrito pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e do pré-candidato a deputado estadual por São Paulo Guto Zacarias.
O PL foi protocolado na Câmara Municipal de São Paulo e deve ser entregue nos Legislativos de Santo André, São Bernardo do Campo, Valinhos e Sorocaba. Além da suspensão do pagamento, consta também uma multa de até 50% do valor dado no contrato do artista.
A cantora Ludmilla também foi alvo de críticas do próprio MBL por ter feito com a mão o símbolo “L” durante a Virada Cultural, no último domingo (29). O vereador Fernando Holiday (Novo), ex-MBL, acionou a Justiça para que Ludmilla não recebesse seu cachê. Nas redes sociais, a cantora afirmou que o “L” feito por ela e pelos fãs podia também ser em relação ao seu nome.
Um exemplo também foi durante o festival de música Lollapalooza, que logo após os shows, o PL entrou com ação no TSE, que considerou que as expressões teriam configurado propaganda eleitoral antecipada e negativa. Ele proibiu novas manifestações políticas e estipulou multa de R$ 50 mil à organização do evento para cada artista que se manifestasse politicamente. Entre os artistas estavam Pabllo Vittar, Emicida e a cantora Marina.
Entre a ala bolsonarista, artistas também foram alvo da discussão, a exemplo as manifestações pró-Jair Bolsonaro (PL) entre sertanejos.