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Medalhista de ouro, Ítalo Ferreira aprendeu a surfar com tampa de caixa de isopor

Ítalo Ferreira venceu o primeiro ouro na modalidade pelo Brasil. Foto: Reprodução/Instagram

Vencedor da primeira medalha de ouro na Olimpíada de Tóquio e a primeira na modalidade pelo Brasil, Ítalo Ferreira aprendeu a surfar com uma tapa de caixa de isopor improvisada.

“Nasci em um lugar lindo e que quase ninguém conhece. Comecei aos oito anos, pegando espuminha com um pedaço de madeira, só que não dava para ficar em pé. Aí eu pegava as tampas da caixa de isopor que meu pai usava para vender peixes. Aí, sim”, contou ele ao UOL.

Enquanto seu pai, que era pescador em Baía Formosa (RN), vendia peixes, ele brincava nas praias.

“Eu olhei para uma caixa que ele tinha na época, peguei a tampa e fui para a água nadar. Peguei uma espuminha, aí depois comecei a pegar onda mesmo e consegui ficar em pé. Aquilo era minha diversão. Enquanto meu pai trabalhava, eu não tinha o que fazer, não podia ajudar… Ele tinha que vender o peixe, falar com os caras… Para mim era meio que um saco ficar ali olhando só”, lembra.

Posteriormente, o pai deu ao filho uma prancha de verdade.

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Já na juventude, ele se destacava na modalidade em torneios locais, mas não tinha patrocínio ou condição financeira para disputar competições maiores.

Aos poucos, foi ganhando premiações e ajudando a família com o dinheiro, e realizou o sonho da família: a casa própria.

Antes do ouro nos Jogos Olímpicos, ele venceu duas etapas do Mundial Pro Júnior e foi campeão brasileiro em 2011, quando tinha 17 anos.

Em 2014, se classificou para o WTC (World Championship Tour), um dos torneios mais importantes da modalidade.

Ítalo ficou em 7º na ocasião, em 2015, mas em 2017 rompeu os ligamentos do tornozelo e teve resultados insatisfatórios.

Em 2018, conseguiu ficar em 4º na mesma competição.

No ano seguinte, ele foi campeão do mundo.