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Médico vê genocídio na pandemia de coronavírus e afirma que não tínhamos que ter 100 mil mortes

Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus
Imagem: Foto:Michael Dantas/AFP

Do VivaBem no UOL.

O Brasil vive um genocídio diante da pandemia do novo coronavírus, vitimando especialmente populações indígenas. A avaliação foi feita pelo médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em participação no UOL Debate de hoje.

Segundo Vecina, a resistência às medidas de isolamento social pesaram negativamente no número de mortes do Brasil. Até ontem, o país contabilizava 98.644 mortes causadas pela covid-19.

“Nos resistimos ao isolamento. O presidente (Jair Bolsonaro, sem partido) resistiu ao isolamento. Veio com essa historia do isolamento vertical, que é uma sacanagem. Até hoje não conseguimos proteger as pessoas mais vulneráveis, como o caso dos indígenas”, disse Vecina.

“Estamos promovendo um genocídio com os índios. É um genocídio real. Tem gente se colocando contra o termo ‘genocídio’, mas é real. Está acontecendo nas tribos indígenas do Centro-Oeste”, acrescentou o médico, que cobrou que autoridades sejam “responsabilizadas pelos índios que estão morrendo”.

Vecina ainda criticou notícias falsas, especialmente a respeito de curas creditadas ao uso de cloroquina e hidroxicloroquina e oriundas de agentes públicos. Para o médico, as chamadas fake news jogaram contra as medidas de combate à pandemia.

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