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Merval diz que é inevitável discutir a interrupção do mandato de Bolsonaro, por “incapacidade”

Merval Pereira. Foto: Reprodução/Globo

Da Coluna de Merval Pereira no Globo.

Ninguém sabe como isso vai terminar, mas torna-se assunto inevitável a possibilidade de Jair Bolsonaro vir a ter interrompido de alguma maneira seu mandato presidência por absoluta incapacidade, não apenas de gestão, mas psicológica. Pode ser por uma licença de saúde, uma renúncia, ou um impedimento político.

O assunto já era freqüente em reuniões de parlamentares, autoridades e empresários em Brasília e nos centros de decisão do país. Com a mais recente demonstração de irresponsabilidade no domingo, o tema ganhou dimensões alarmantes, a ponto de o próprio Bolsonaro, sentindo o cheiro de queimado, ter declarado que seria “golpe” isolar o presidente.

Por “isolar”, compreenda-se a prescrição médica determinada por seu próprio governo, até que fique garantido que não está contaminado pelo novo coronavírus. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que corre o risco de entrar na lista negra de Bolsonaro pelos elogios que vem recebendo por sua ação sensata e eficiente durante a crise, foi cuidadoso ao dizer que participar de manifestações não era “adequado”. Lembrou que o ministério por enquanto estava apenas fazendo recomendações, que devem ser seguidas, mas não são compulsórias. Referindo-se indiretamente ao comportamento irresponsável do presidente.

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