Mesmo com R$ 1 bi em publicidade, Globo terá prejuízo com Copa
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Após a Globo conseguir a exclusividade da Copa do Mundo do Catar na TV aberta, a emissora celebrou nesta semana ter conseguido vender R$ 1,085 bilhão em cotas de publicidade. Mas mesmo com o alto valor, a emissora vai ter prejuízo e não lucrará com o principal torneio de futebol do mundo. São vários os motivos, que vão desde o preço alto dos direitos de transmissão até os gastos para mandar equipe para cobertura no país do Oriente Médio.
O Notícias da TV apurou alguns valores que explicam essa operação no vermelho. Cada cota na TV aberta foi vendida por R$ 175 milhões. Por ano, a Globo paga US$ 90 milhões para a Fifa (Federação Internacional de Futebol) para ter eventos da entidade máxima do futebol. No câmbio atual, o valor é de R$ 466 milhões.
Ainda existe o valor da renegociação da dívida de uma parcela não paga pela TV à entidade em 2020, feita após uma briga judicial no auge da pandemia. Esse valor está na casa dos US$ 30 milhões (R$ 155 milhões na cotação atual). Ou seja, só de gastos com direitos, serão R$ 621 milhões.
Além disso, a emissora não fica com o valor total da cota da Copa. Parte do dinheiro das vendas é repassada em forma de comissão para as agências que intermediam as negociações. Entram na conta também os impostos que incidem nas transações.
Para promover a cobertura do evento, a Globo também precisa investir pesado em produção, com o pagamento de hospedagem, alimentação e passagens para os profissionais, além de outros custos da viagem. Só para se ter uma ideia, um quarto de hotel “modesto” para os padrões do Catar não sai por menos de R$ 10 mil por dia. Uma passagem de avião está na casa dos R$ 9 mil em classe econômica.
Área comercial da Globo diz que a emissora fez estudos de possibilidade para dispor ao mercado cotas por R$ 250 milhões, cerca de 42,6% maior do que o preço aplicado. Só assim a empresa poderia lucrar com a cobertura da Copa do Mundo deste ano e cobriria todos os custos que terá.