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“Mestre das Armas”: quem é Diego Dirísio, preso na Argentina por vender armas a facções

Diego Hernan Dirísio, conhecido como “Mestre das Armas”. Foto: Reprodução

O Brasil aguarda há quase dois anos uma resposta da Argentina sobre a extradição de Diego Hernan Dirísio, conhecido como “Mestre das Armas” na América do Sul. Ele é apontado pela Polícia Federal como o maior traficante de armas da região e acusado de vender cerca de 43 mil armas a facções como o PCC e o Comando Vermelho. O pedido foi feito pela Justiça Federal na Bahia, onde o caso é investigado.

As apurações começaram em 2020 e culminaram na Operação Dakovo, deflagrada em dezembro de 2023. Dirísio era o principal alvo, mas só foi preso em fevereiro de 2024 na Argentina, junto da esposa, Julieta Vanessa Nardi Aranda, após ação da Interpol. A PF afirma que o casal movimentou R$ 1,2 bilhão em três anos com a venda ilegal de armas oriundas do Leste Europeu.

Segundo o delegado Flávio Albergaria, “eles têm que responder perante à lei brasileira e a gente espera que aqui sejam condenados e presos”. O argentino é dono de uma empresa no Paraguai que comprava armas de países como Croácia, Turquia e Eslovênia e as revendia a criminosos por meio de empresas de fachada.

O advogado João Rafael Amorim explica que o Tratado de Extradição entre Brasil e Argentina prevê o envio de estrangeiros acusados de crimes graves, mas a nacionalidade de Dirísio pode complicar o processo. Caso Buenos Aires recuse a extradição, o tratado permite que o próprio Judiciário argentino julgue o caso com base nas provas enviadas pelo Brasil. Até agora, nem o governo argentino nem a Corte Suprema responderam oficialmente ao pedido.