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“Meu coração já vinha me dizendo: não mexe com isso, não”, diz Barbosa sobre desistência

Da Coluna de Lauro Jardim no Globo.

— Meu coração já vinha me dizendo: não mexe com isso, não.

Assim, Joaquim Barbosa resume a decisão tornada pública hoje cedo de não disputar a Presidência da República.

Em tom de voz tranquilo, apesar de de ter explodido há duas horas a bomba política do dia, Barbosa diz que já vinha amadurecendo a decisão nas últimas semanas.

Apesar de ter se reunido na semana passada com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, Barbosa se esquivou de encontros com economistas, líderes de movimentos sociais e parte da bancada federal do partido.

Afirma que assim o fez exatamente para não dar esperanças, pois ainda não tinha certeza se que queria mesmo ser candidato.

— Evitei o quanto pude essas conversas. 

Barbosa pretendia inicialmente esperar até julho para uma definição. Chegou a avisar isso ao partido. Só que, em sua avaliação, as coisas se precipitaram:

— Fiquei receoso que as próximas pesquisas mostrassem que eu estava subindo. Desistir mais tarde seria complicado em todos os sentido. Acho que tomei a decisão no momento certo.

Hoje de manhã, antes de disparar o tuíte em que avisou que não seria candidato, Joaquim Barbosa ligou para Siqueira e para alguns deputados do PSB, como Alessandro Molon e o lídero do partido, Julio Delgado. 

E qual foi a reação deles?

— Ficaram muito surpresos.

Barbosa não vai entrar na corrida eleitoral, mas está preocupado com o futuro do Brasil. Vê três riscos no horizonte:

— Primeiro, o (Jair) Bolsonaro.

O ex-presidente do STF acha possível que Bolsonaro se eleja.

E o segundo risco?

— Depois, o próprio Temer. Temo que ele, maquiavélico, possa articular algo para continuar no poder, ou mesmo uma aliança que o eleja.

E, finalmente, o terceiro perigo:

—Temo também que haja espaço para um golpe militar.

(…)

Bonitão