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“Meu menino”: Ciro Nogueira cedeu posto-chave para despachante pessoal no governo Bolsonaro

Ciro Nogueira recebeu propinas e cometeu crime de lavagem de dinheiro. Foto do ministro utilizando um terno azul, gravata e falando a um microfone sentado em uma semana.
Propinas teriam sido recebidas no ano de 2014. Foto: Reprodução

O inquérito da Polícia Federal que apontou indícios da prática dos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, mostra que ele trata um apadrinhado em posto-chave do governo como seu despachante pessoal.

Em uma conversa, o ministro se refere ao presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Cordeiro, como “meu menino” e diz ainda “eu botei ele lá”.

Em troca de apoio do Progressistas, sigla que controla, o ministro conseguiu fazer de Cordeiro o mais longevo a ocupar o alto escalão do Cade. E, ao se aproximar do presidente Jair Bolsonaro, colocou “seu menino” no posto mais alto. O Cade é um dos órgãos mais temidos pelos empresários. É lá que são investigadas as acusações de prática de cartel e são decididas fusões de empresas que envolvem bilhões.

Apadrinhado por Ciro Nogueira

A conversa em que Ciro Nogueira fala sobre sua influência no Cade foi gravada pelo empresário Joesley Batista, do grupo J&F, no dia 17 de março de 2017, quando ele buscava provas para sua delação premiada. E só agora veio à tona. Hoje, cinco anos depois, Ciro Nogueira se tornou o ministro mais poderoso do governo Bolsonaro e Alexandre Cordeiro, presidente do Cade.

Naquela conversa, Joesley se queixou de problemas no Cade. Em resposta, Ciro Nogueira disse ter um apadrinhado lá dentro. “Um cara de bom senso. Meu menino, ele era meu chefe de gabinete, eu botei ele lá (…) E ele conseguiu se entrosar lá”, afirmou. Joesley perguntou: “Como é que é. Alexandre o quê?” “Cordeiro”, responde o ministro.

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