Microdoações: campanha de Bolsonaro já recebeu 159 mil “comprovantes de voto” de R$ 1

Até a última sexta-feira (23), a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia recebido mais de 204 mil transferências por Pix, de acordo com a prestação de contas à Justiça Eleitoral. Segundo o que foi declarado, o valor total recebido corresponde a R$ 3,3 milhões, o que equivale a 10% dos R$ 31,2 milhões recebidos como um todo.
Se tratando apenas de doações de até R$ 1, a campanha soma mais de 159 mil transferências, o que dá a quantia de R$ 156 mil ao candidato à reeleição. O jornal O Globo divulgou que o maior Pix feito até agora foi de R$ 50 mil e veio de um agricultor do Mato Grosso.
O movimento de doações de valores baixos foi criado como uma forma de “comprovar” o número de votos para Bolsonaro nas eleições de outubro. Porém, a estratégia gerou uma série de problemas para a campanha do presidente, principalmente na hora da declaração.
Em meados de setembro, informações divulgadas pelo Metrópoles diziam que as muitas contribuições baixas estavam travando o sistema do Banco do Brasil e o QG do presidente teve dificuldades para emitir extratos e prestar contas dessas doações ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As mensagens que incentivavam as doações de R$ 1 ganharam força em grupos bolsonaristas no WhatsApp e no Telegram como forma de ajudar a campanha de reeleição do candidato do PL. No entanto, além de provocar confusão na prestação de contas, o movimento também foi alvo de teorias da conspiração nas redes sociais, como a de que tudo não passaria de uma estratégia da esquerda para impugnar a candidatura de Jair Bolsonaro.
Com o desencontro de informações, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chegou a declarar na web que doações eram bem-vindas e que a campanha era espontânea. A deputada Carla Zambelli (PL-SP) reforçou o que foi dito pelo filho do presidente e gravou um vídeo esclarecendo que o movimento do Pix realmente existe.