Mídia internacional repercute vitória de Bolsonaro: ‘Tristeza não é só brasileira’

Do Opera Mundi
O ex-deputado de extrema-direita Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente do Brasil neste domingo com 55,13% dos votos, derrotando o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT).
Em matéria publicada nesta segunda-feira (29/10), o jornal argentino Página 12 afirma que a vitória foi de uma “onda ultradireitista” e que “a tristeza não é só brasileira”.
Após a pesquisa de boca de urna, diz o jornal, “Jair Bolsonaro já sepultava os sonhos de garantias democráticas para as minorias brasileiras com um triunfo avassalador”.
O periódico ainda destaca que “o novo presidente do gigante da América Latina encarna a partir de hoje a nova maioria do país”, os mais de 55% que obteve na votação de segundo turno.
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Em editorial intitulado “Um dia negro para a democracia”, o jornal português Público faz um retrospecto da situação política do Brasil desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e afirma que “não surpreende que os brasileiros elejam um presidente que não resiste sequer ao teste da decência mínima”.
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A publicação também destaca que Bolsornaro não terá maioria no Congresso e que será obrigado a negociar “todas as leis espúrias que lhe passam pela cabeça”.
O Público ainda afirma que, mesmo que o presidente eleito consiga aprovação de medidas, o Brasil ainda tem um Supremo Tribunal federal, a Constituição, a sociedade civil e a imprensa “para escrutinar seus delírios”.
“Aconteça o que acontecer, hoje é um dia mau para a liberdade, para a tolerância ou para a devoção ao pluralismo e à diversidade humana. A democracia no Brasil não morreu. […] mas Bolsonaro pode estar a um passo de a querer matar. Pobre querido Brasil”, encerra.
Já o britânico The Guardian aponta para o “êxtase” dos apoiadores de Bolsonaro reunidos na Barra da Tijuca, próximo à casa do presidente eleito, e na Avenida Paulista, em São Paulo, após o resultado da votação.
“Mas o triunfo de Bolsonaro irá deixar milhões de brasileiros progressistas profundamente perturbados e temerosos pela guinada à direita intolerante que seu país está propenso a tomar”, afirma.
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