“Milícia de Farda”: PMs do Brás são condenados por extorsão de ambulantes

Na decisão proferida ontem pela Justiça Militar, dois policiais militares foram condenados por formar uma milícia na região do Brás, no centro de São Paulo. A acusação sustenta que os agentes montaram um esquema organizado para extorquir vendedores ambulantes, cobrando “luvas” que chegavam a R$ 15 mil ao ano. A prisão dos militares ocorreu em dezembro passado, durante ação conjunta do Ministério Público e das corregedorias da Polícia Militar e Civil.
O cabo José Renato Silva de Oliveira recebeu pena de 6 anos, 2 meses e 12 dias em regime semiaberto, tendo sido absolvido das acusações de roubo e extorsão. Já a sargento Lúcia Ferreira de Oliveira foi condenada pelo mesmo crime de constituição de milícia privada, mas cumprirá 3 anos, 7 meses e 6 dias em regime aberto — segundo sua defesa, ela já se encontra em liberdade domiciliar.
Em depoimentos colhidos pelo Gaeco, ficou claro que a milícia atuava com “tarefas bem estruturadas” e rotina fixa de fiscalizações e cobranças, até mesmo fora do horário de serviço. Intimidações eram realizadas durante rondas oficiais e, quando de folga, os policiais encaminhavam os comerciantes a agiotas para forçar o pagamento, sob ameaça de violência. Testemunhas relatam que os vendedores, incapazes de arcar com os valores, sofreram perseguições e pressões crescentes.
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