Miliciano Adriano da Nóbrega é investigado por lavagem de dinheiro com gado na Bahia

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO ESTADÃO
A Polícia da Bahia investiga se o ex-oficial da Polícia Militar do Rio Adriano Magalhães da Nóbrega, morto na Bahia no último domingo, mantinha um esquema de lavagem de dinheiro por meio de compra de terrenos e de gado no Estado.
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A polícia prendeu Leandro Guimarães, que organiza vaquejadas na fazenda Parque Gilton Guimarães, em Esplanada. Aberta em 2005 e registrada como empresa individual pelo dono, a empresa tem capital social de R$ 15 mil registrado na Receita Federal. Os torneios lá organizados, porém, oferecerem prêmios que chegam aos seis dígitos. Na noite desta terça-feira, 11, a Justiça concedeu liberdade provisória a Guimarães, desde que ele pague fiança e use tornozeleira eletrônica, segundo o promotor, Dario Kist.
Adriano passou uma semana abrigado lá, depois de fugir, na última semana de janeiro, da Costa do Sauípe. Só saiu no sábado, véspera da morte, após saber que estavam atrás dele naquela região. Guimarães, que portava armas, foi preso no sábado e, em depoimento à polícia, alegou que escondeu Adriano por pressão dele. O fazendeiro está detido no Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), em Salvador. O carioca, disse ele, teria se apresentado como alguém interessado em comprar terrenos no local.
Não se tem a dimensão, ainda, do nível de participação desse homem – que é popular nas redes sociais, onde exibe seu sucesso no mundo da vaquejada – na proteção a Adriano. Os investigadores, contudo, souberam que a relação entre os dois não começou depois que o miliciano fugiu da casa de luxo. Antes, Guimarães chegou a visitar o ex-capitão na Costa do Sauípe, afirmam autoridades baianas.
“Ele tinha ido à Costa do Sauípe prestar algum tipo de auxílio, não sei se mantimentos… Mas prestou apoio a Adriano nessa fazenda dele. A partir de agora vamos tentar saber um pouco mais da função de Leandro. Mas que ele dava cobertura a Adriano aqui, dava”, afirmou ao Estado o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa. ”Precisamos entender se é só esse auxílio ou se ele tinha envolvimento na lavagem de dinheiro, uma pessoa que era usada como laranja para Adriano comprar gado, por exemplo.”
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