Milionários impulsionam mercado de casas em condomínios de luxo em São Paulo

O mercado imobiliário de alto padrão em São Paulo vive um momento de expansão impulsionado pela demanda por casas em condomínios fechados nos bairros mais nobres da capital. Segundo levantamento da Bossa Nova Sotheby’s para o Estadão, o valor médio dessas residências ultrapassa os R$ 4,5 milhões. Apesar dos preços elevados, a busca por segurança, privacidade e mais espaço vem atraindo uma clientela endinheirada — o volume de vendas cresceu 90% no primeiro semestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Incorporadoras como G.D8, Aurea Finvest e FFI estão apostando em empreendimentos exclusivos, com imóveis que chegam a R$ 65 milhões e taxas condominiais de até R$ 11,5 mil mensais. Casas de 500 m² a 1.600 m², sistemas de purificação de ar, arquitetura assinada, áreas verdes generosas e guaritas blindadas são alguns dos diferenciais oferecidos. A localização é estratégica: regiões como Alto de Pinheiros, Jardim Guedala, Morumbi e Cidade Jardim concentram os lançamentos, aproveitando terrenos antes ocupados por casas antigas.
A valorização desses imóveis é também reflexo da verticalização da cidade. Muitas casas de rua vêm sendo adquiridas para dar lugar a prédios, como apontam dados da Loft sobre a movimentação imobiliária na rua Capote Valente, em Pinheiros. Enquanto isso, o perfil dos compradores dessas casas de luxo é composto por famílias de alto poder aquisitivo que querem manter a rotina em áreas centrais, mas com mais conforto e segurança do que em apartamentos tradicionais.
Especialistas ouvidos na reportagem destacam que, apesar da alta nos preços, o apelo emocional da casa com quintal, piscina e jardim segue forte. Porém, o medo da violência urbana tem feito com que muitos aceitem pagar o triplo do valor de uma casa convencional por um espaço menor, mas protegido por muros, segurança armada e vizinhança de perfil semelhante.