Militar bolsonarista sugere que general Heleno sabe de sua participação em atos golpistas

O militar da Marinha Ronaldo Ribeiro Travassos, que aparece em áudios e vídeos incentivando os atos golpistas em frente aos quartéis das Forças Armadas, sugeriu que o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), sabe sobre as participações de militares nos atos antidemocráticos.
Em mensagem enviada a um grupo de WhatsApp, Travassos diz que “o general” tem conhecimento da sua participação nos atos golpistas.
“Pelo amor de Deus, alguém tá preocupado com isso? Ah, não vou não porque sou militar e não posso. O general sabe que eu tô aqui e eu falei que tem bastante gente, tem gente da segurança e tudo. Oh, meu irmão, é tudo ou nada, não tem conversinha”, disse.
O militar está lotado no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), que cuida da segurança da Presidência. Atualmente a pasta está sob comando de Augusto Heleno.
Travassos é militar da ativa e, portanto, não poderia participar de manifestações político-partidárias. A Constituição proíbe a filiação de militares da ativa a partidos políticos e a regra da categoria diz que é proibida “quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político”.
Em nota, o GSI disse que não é sua competência “autorizar servidores para que participem de qualquer tipo de manifestação” e que “as supostas declarações demandadas são de responsabilidade do autor em atividade pessoal fora do expediente”.
Nas mensagens, além de dizer que um general saberia sobre a sua participação nos atos, o militar afirma que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tomará posse no dia 1º de janeiro e defende o assassinato de eleitores do petista.
