Apoie o DCM

Golpe? Militares temem governo Lula, mas descartam intervenção

O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e militares
Foto: Reprodução/Marcos Corrêa/PR

A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), provocou uma série de conversas telefônicas e troca de mensagens em grupos de WhatsApp, desde o anúncio da vitória, entre oficiais militares de patentes abaixo do generalato em tom de frustração e medo com o destino das Forças Armadas sob o novo governo.

Entre generais de alta patente, até então, porém, não há nenhuma ameaça ou cogitação de resistência ou intervenção militar em favor do ex-capitão, que foi derrotado.

O petista venceu a disputa presidencial com 50,9% dos votos válidos contra 49,1% de Bolsonaro. O atual presidente ainda não assumiu a derrota nas eleições.

Segundo conversas com militares da jornalista Malu Gaspar, do O Globo, um dos três interlocutores dos integrantes do Alto Comando do Exército afirmou que: “Os generais de quatro estrelas estão ‘sentados’ na Constituição”. Outro militar resumiu o “clima” entre os dezesseis generais de quatro estrelas: “O clima é de absoluta normalidade. Vida que segue”.

Já um terceiro general, na reserva, informou que há algumas semanas mensageiros de Lula têm “explorado” o ambiente na força, em cafés e almoços aparentemente despretensiosos, porém, que serviram para mandar aos militares sinais de que Lula irá atuar para acalmar os ânimos entre o Executivo e as Forças Armadas.

Ainda assim, abaixo do generalato, existe frustração com o que muitos deles nomearam de “falta de consciência” ou mesmo “ignorância do povo”, que não teria entendido “o que estava em jogo” durante o segundo turno das eleições.

Parte dos militares temem uma possível desestruturação das Forças Armadas por meio da intervenção nas escolas de formação e na promoção de oficiais. Uma grande parcela deles não se esqueceram e nem perdoaram duas iniciativas do governo da ex-presidente petista Dilma Rousseff (PT), e ontem foram relembradas nos grupos de WhatsApp.

A primeira foi a instalação da Comissão Nacional da Verdade. E a segunda, foi um decreto assinado em 2015 que transferiu atribuições dos oficiais para o ministro da Defesa, na época Jaques Wagner (PT). O decreto, que depois foi revogado, removia das Forças Armadas a autonomia para a reforma de oficiais, a transferência para a reserva remunerada e até a escolha de capelões.

Ainda assim, ao tempo em que governo Lula não começa, a tensão deverá ser mantida entre as patentes mais baixas, porém, não houve nenhuma sinalização que essa iniciativa seja retomada.

No entanto, não é nada que atrapalhe a transição do governo com as Forças Armadas. Os comandantes já avisaram às tropas que não embarcarão em aventuras golpistas.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link