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‘Minha mãe achou que eu ia levar tiro’, diz Ana Cañas sobre ameaças por ser de esquerda

Lula e Ana Cañas. Foto: Ricardo Stuckert

Bianka Vieira entrevistou a cantora Ana Cañas na coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

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Em meio à epidemia, a artista diz ter tido momentos em que se sentiu emocionalmente “triturada”. “O que mais me machuca é o atual governo. Isso está muito além da minha própria vida, está dizendo respeito à vida dos brasileiros e das pessoas em maior situação de vulnerabilidade. A demora na compra das vacinas, o negacionismo…”

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“Me machuca saber que o coletivo está à deriva numa situação sanitária em que já existe vacinação. Você vê o restante do mundo retomando suas atividades e a gente ainda falando numa terceira onda.”

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Outro custo da crise para Ana foi ter que se afastar de atividades presenciais em defesa das pautas em que acredita. Nos anos recentes, a cantora participou de manifestações e chegou a percorrer capitais ao lado do ex-presidente Lula (PT).

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“Teve uma época em que minha mãe achava que eu ia levar uma facada, um tiro. Ela tinha medo, rezava, orava e fazia umas meditações para que eu ficasse viva [risos].”

A cantora defende que a prisão do ex-presidente Lula em 2018 tinha motivação política e buscou tirá-lo da disputa pela Presidência da República. “Ele era o favorito nas pesquisas”, destaca. “Tomei pra mim esse momento de acolhê-lo no sentido de ser uma voz artística que bradasse, que cantasse que aquilo era injusto.”

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