A escolha de Damares Alves causou indignação entre servidores da Funai ouvidos pela reportagem. Damares é vista no órgão como uma defensora da atuação religiosa e missionária em aldeias indígenas.
Segundo O Estado de S.Paulo, a futura ministra é fundadora da instituição e Movimento Atini – Voz Pela Vida, uma organização que se apresenta com a missão de “promover a conscientização e a sensibilização da sociedade sobre a questão do infanticídio de crianças indígenas”. Damares foi denunciada pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal, em 2015, por uma ação contra a Atini por “dano moral coletivo decorrente de suas manifestações de caráter discriminatório à comunidade indígena”. Os procuradores pedem que a ONG seja condenada a pagar R$ 1 milhão.
Por meio de uma ação civil pública, o MPF exige que a ONG de Damares Alves seja proibida de veicular o vídeo-documentário “Hakani – A história de uma sobrevivente”. O filme, segundo o MPF, tinha o objeto de “chamar atenção acerca do tema ‘infanticídio indígena’ e legitimar as ações missionárias no interior das comunidades indígenas”.
Em sua argumentação, o MPF declarou que o filme “gerou profunda indignação na sociedade, gerando manifestações preconceituosas e discriminatórias em face das comunidades indígenas”. A veiculação do filme justificou, bem como a exposição de imagens de crianças e adolescentes indígenas, “atinge a dignidade humana deste grupo perante a sociedade”.
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