Ministro de Bolsonaro acusa rádio do próprio pai em relatório sobre suposta fraude

Foto: Cristiano Mariz/O Globo
O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), acusou no relatório apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na segunda-feira (24), a rádio de seu próprio pai, a Agreste FM, de ter veiculado propagandas de Jair Bolsonaro (PL) em menor número do que as de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com argumentos frágeis, contestados pelas próprias emissoras, o documento diz que, de um total de 1.122 emissoras na região Nordeste, 991 rádios (88,3%) teriam veiculado mais inserções de Lula do que de Bolsonaro.
A Agreste tem como sócio o ex-governador do Rio Grande do Norte Robinson Faria (PL), pai do ministro, e está entre as rádios citadas. Robinson foi eleito deputado federal neste ano e é um dos principais cabos eleitorais do presidente no estado.
Segundo a campanha de Bolsonaro, outras 94 rádios (8,4%) teriam transmitido mais inserções do candidato à reeleição na programação. O restante, 37 rádios (3,3%), teriam exibido o conteúdo eleitoral de forma igualitária.
Os dados foram obtidos pela Audiency, empresa contratada para fazer o levantamento de veiculação dos programas, que serviu de base para a acusação feita.
O levantamento aponta que a Agreste, que opera em Nova Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, teria veiculado cinco inserções do PT contra duas do partido de Bolsonaro entre os dias 7 e 11 de outubro.
“É mais uma prova de que eu não tenho nada a ver com isso [estratégia de questionar a veiculação dos programas]”, disse o ministro Fábio Faria à Folha de S.Paulo.
“Meu pai é um dos sócios dessa rádio, mas quem comanda a rádio é o Cid Arruda, que foi prefeito da cidade pelo PSB”, afirmou.
“Isso mostra que eu não agi em favor de ninguém para montar essa lista. É uma relação de emissoras que foi feita depois que integrantes da campanha ouviram que algumas rádios no Nordeste não estavam veiculando os programas de Bolsonaro”, completou.