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Ministro do TCU indicado por Bolsonaro atuou para barrar tratamento de civis em hospitais militares

Da Folha

Jair Bolsonaro e Jorge Oliveira.
Foto: Carolina Antunes/PR

Indicado ao TCU (Tribunal de Contas da União) por Jair Bolsonaro, de quem foi auxiliar direto dentro do Palácio do Planalto, o ministro Jorge Oliveira atuou para barrar uma proposta que destinaria a civis com Covid-19 pelo menos 50% dos leitos ociosos em hospitais militares. Oliveira enxergou “comprometimento da segurança militar” caso a ideia fosse levada adiante.

O TCU investiga possíveis irregularidades por parte de Ministério da Defesa, Exército, Aeronáutica e Marinha ao não ofertarem a civis leitos destinados a pacientes com Covid-19 em unidades militares de saúde. Segundo uma auditoria do tribunal, pelo menos R$ 2 bilhões do Orçamento da União de 2020 foram destinados a esses hospitais.

Em uma decisão cautelar, referendada em plenário, o TCU determinou que o ministério e os comandos das Forças abrissem os dados sobre ocupação dos leitos reservados aos militares. Depois de mais de um ano de pandemia, esses dados se tornaram públicos, em cumprimento à decisão do tribunal.

A Folha revelou na terça-feira (6) que as planilhas mostram um bloqueio de leitos à espera de militares em enfermarias e UTIs e que há unidades com até 85% de vagas ociosas. As principais disponibilidades são de leitos clínicos. As UTIs passam por superlotação, mas, mesmo assim, também há vagas disponíveis, conforme os dados sistematizados. (…)