Ministro do Turismo, dos laranjais, e Mário Frias agora são inimigos dentro do governo Bolsonaro

Imagem: Reprodução/Twitter
Da Coluna de Ricardo Feltrin no UOL.
Se tem duas coisas que não existem na secretaria especial de Cultura é produção cultural e sossego.
Desde que deixou de ser um ministério e foi rebaixada a apêndice de outros órgãos, como o Ministério de Turismo, a secretaria, hoje comandada pelo ex-ator Mário Frias, só se mete em “roubadas”.
Para entender o caso: tudo começou no ano passado com o atabalhoado ex-ministro Abraham Weintraub, que tentou aparelhar não só seu ministério, mas também a secretaria da Cultura apenas com os “olavetes” —como são chamados os seguidores do guru Olavo de Carvalho.
Era questão de honra para Olavo e seus discípulos dominar os ministérios da Educação e da Cultura.
Afinal, era sobre essa tecla que ele batia há anos contra o “aparelhamento” ideológico esquerdista.
O problema é que faltou a Olavo e Weintraub combinarem com os militares.
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Sucessor da inepta Regina Duarte, Mário Frias decidiu mostrar lealdade e assumir o papel de “general dos olavetes”.
Desde que assumiu, Frias nunca inspirou confiança junto aos olavistas, parecendo mais um arrivista que um ideólogo.
Basicamente era considerado um canastrão, para usar o linguajar da dramaturgia.
Pois Frias acaba de obter uma vitória (de Pirro) ao rasgar documentos oficiais e retomar, com o inacreditável e desnecessário apoio da Polícia Federal, o controle da Cinemateca (para a qual ele não tem plano nenhum, tampouco funcionários técnicos capacitados para manter o acervo).
A segunda vitória de Pirro de Mário Frias foi ter “peitado” o ex-chefe e ex-aliado Marcelo Álvaro Antônio.
Ele não só dedurou as interferências de Álvaro Antônio em sua secretaria no Palácio do Planalto, como pressionou o presidente Jair Bolsonaro –com o apoio do filho e Eduardo– a fazer um decreto devolvendo à secretaria da Cultura o controle sobre a Fundação Palmares, o Iphan, a Funarte e a Ancine –além, claro, da Cinemateca.
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