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Ministros do STF veem demissões como tentativa de Bolsonaro de pressionar militares politicamente

Da Coluna de Bela Megale no Globo:

Bolsonaro | Sérgio Lima/AFP/02-01-2019

Parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se mostrou preocupada com a demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, realizada ontem.

Assim que souberam da saída do general da pasta por ordem de Jair Bolsonaro, dois ministros relataram à coluna que buscaram saber mais informações da situação com interlocutores do governo.

Segundo esses ministros, paira sobre a corte a preocupação de que Bolsonaro esteja pressionando as Forças Armadas para atuarem não como forças de Estado, mas como forças políticas.

Os recados do governo e do Congresso que chegaram até o STF até o momento foram no sentido de tranquilizar os ministros.

Interlocutores de Bolsonaro afirmaram que a demissão estava ligada à postura do Azevedo e Silva de apoiar a decisão comandante do Exército, Edson Pujol, de não punir um subordinado.

Bolsonaro solicitou que o general Paulo Sérgio, chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército, fosse penalizado após uma entrevista concedida ao jornal Correio Braziliense, na qual defendeu o lockdown e falou de terceira onda da Covid-19 no Brasil.

O próprio ex-ministro Azevedo e Silva tentou esvaziar supostas teorias de golpe e descartou a ministros do STF risco de politização das Forças Armadas.

Alguns magistrados da corte, porém, seguem acompanhando com lupa os movimentos de Bolsonaro. Uma preocupação que está no radar é a aproximação do presidente com integrantes da Polícia Militar.

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