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Míriam Leitão: Declaração de Guedes revela preconceito social e desinforma sobre o dólar

Da coluna de Míriam Leitão

O ministro Paulo Guedes deu mais uma declaração infeliz. Essa mais recente revela preconceito social, ao dizer que até “empregada doméstica está indo para a Disneylândia”. Por que uma pessoa de uma determinada profissão, ou nível de renda, não deveria viajar para o exterior? O ideal é que o país seja próspero e que permita viagens internas e externas. Não há um grupo de trabalhadores que não possa ter esse sonho. Infelizmente, o problema que ocorre agora é o oposto: desde o início da crise aumentou a precarização do trabalho doméstico com queda de pessoas com carteira assinada.

Já escrevi na coluna do jornal, esta semana, sobre as declarações desastradas do ministro Paulo Guedes e há uma coleção delas. O problema que Paulo Guedes ainda não entendeu é que para qualquer ministro da Economia a comunicação é parte da própria política. É fundamental ter uma visão estratégica do que se quer comunicar e qual a melhor maneira de fazer isso.

Declarações como a dessa semana, sobre servidores, geram resistências aos projetos do ministro no Congresso. Os ruídos excessivos que ele provoca ao falar sem pensar no que quer dizer acabam atrapalhando a economia de diversas maneiras. Tiram o foco do projeto do Ministério da Economia e dão a empresários que querem investir uma sensação de governo sem rumo e que provoca muitos atritos. (…)

A comunicação do ministro tem que ter essa visão estratégica porque pode ajudá-lo a atingir os objetivos da sua agenda para a economia. Mas Guedes teima em dizer o que lhe vem à cabeça. E o lhe vem à cabeça é ofensa a determinados grupos, preconceito e autoritarismo político. Em dois comentários hoje, no Bom Dia Brasil e na rádio CBN falei do assunto.