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Míriam Leitão: “Festa de Lira foi um tapa na cara do Brasil”

Arthur Lira na “festa da vitória”, que reuniu cerca de 300 pessoas.
Foto: Reprodução

Em sua coluna no jornal O Globo, Míriam Leitão detona a festa promovida por Arthur Lira após sua eleição para presidente da Câmara.

O evento, que reuniu cerca de 300 pessoas em plena pandemia do coronavírus, ocorreu em uma luxuosa casa do empresário catarinense Marcelo Perboni.

Segundo a jornalista, a festa foi um “escárnio” e um “tapa na cara do país”. Leia abaixo alguns trechos:

Aquela festa que comemorou a vitória do deputado Arthur Lira foi um escárnio, um desrespeito, um escândalo. Mostrou também a hipocrisia. Os deputados todos de máscaras posaram na Câmara com o presidente Arthur Lira também de máscara e ele, no seu discurso, falou que esta é a “mais cruel, devastadora e feroz pandemia do último século”. Concordo com a frase. O problema foi a festa logo depois que mostrou que a máscara era simulação, fingimento, apenas para posar para foto.

Eu tinha escrito na coluna que o Congresso havia feito uma campanha de costas para o Brasil. Não era uma crítica a quem foi eleito, porque isso é soberania do Congresso. Mas porque o que foi determinante para o voto foi o balcão de negócios no palácio do Planalto. Deveria ter sido um debate em torno da melhor proposta de como o legislativo pode elevar a qualidade da resposta contra a pandemia. Ajudar o país a superá-la. Mas foi pior do que decidir de costas para o Brasil, essa festa foi um tapa na cara do país. (…)

Mas de tudo o que fez até agora, a nova gestão errou miseravelmente ao fazer essa festa. Ela foi o símbolo de um Congresso que não se importa em acelerar a circulação do vírus mortal que tem sido a tragédia do Brasil. Nesse momento, o país que tem o título de a pior gestão da pandemia.