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Mocotó divide gerações no Sul: tradição gaúcha resiste entre polêmicas

Ensopado de mocotó. Foto: Reprodução/YouTube

No inverno gaúcho, poucos pratos são tão emblemáticos quanto o mocotó. Feito a partir da pata do boi, o ensopado é considerado uma verdadeira iguaria por muitos moradores do Rio Grande do Sul, especialmente entre as gerações mais velhas. Rico em colágeno, sabor intenso e servido quente, ele se tornou símbolo de conforto nas estações frias, sendo presença constante em restaurantes típicos e festas regionais.

No entanto, a nova geração parece não compartilhar o mesmo entusiasmo. Jovens entre 20 e 35 anos frequentemente rejeitam o prato, citando o cheiro forte e a aparência gelatinosa como principais motivos. A polarização é tanta que, em redes sociais, o mocotó virou tema de debates entre os defensores da tradição e os que o consideram um “excesso do passado”.

Apesar disso, a receita segue viva em muitas cozinhas do interior e nas capitais gaúchas. Restaurantes que apostam em cardápios tradicionais relatam boa aceitação, principalmente entre turistas e consumidores que buscam experiências culinárias regionais autênticas. Muitos chefs também têm apostado em releituras do prato, com temperos mais suaves e acompanhamentos sofisticados para atrair novos públicos.

O mocotó também é lembrado por suas propriedades nutritivas. Rico em proteína, ferro e colágeno, ele é considerado um alimento funcional, especialmente para idosos. Nutricionistas destacam ainda sua capacidade de fortalecimento ósseo e contribuição para a saúde das articulações, o que tem impulsionado seu consumo em algumas dietas terapêuticas.