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Moléculas orgânicas e gases são descobertas em rochas de 3,5 bilhões de anos

Barita com 3,5 bilhões de anos (parte inferior) com um tapete microbiano fossilizado (parte superior). A barita é parte da Formação Dresser, na Austrália (Foto: Helge Mißbach)

Da Revista Galileu.

Uma equipe de pesquisa liderada pelo geobiólogo Helge Mißbach, da Universidade de Colônia, na Alemanha, detectou moléculas orgânicas e gases presos em rochas de 3,5 bilhões de anos. Esta é a primeira vez que moléculas biologicamente relevantes foram encontradas em inclusões fluidas do éon Arqueano, que se extendeu entre 3,8 bilhões e 2,5 bilhões de anos atrás. A descoberta foi publicada na Nature Communications nesta quarta-feira (17).

A principal hipótese é a de que formas de vida primitiva usaram essas moléculas como fonte de energia e nutriente. O estudo mostra que soluções de fontes hidrotermais arcaicas continham componentes essenciais que formaram a base para a vida mais antiga da Terra.

Os pesquisadores encontraram as moléculas em minerais de sulfato de bário chamados de baritas, da Formação Dresser, na Austrália. “No campo, as baritas estão diretamente associadas a esteiras microbianas fossilizadas e cheiram a ovos podres quando recém-arranhadas”, explica Helge Mißbach, do Instituto de Geologia e Mineralogia e principal autor do estudo, em nota. “Assim, suspeitamos que eles continham material orgânico que poderia ter servido como nutrientes para a vida microbiana inicial.”

A equipe identificou compostos orgânicos como ácido acético e metanotiol, além de gases como dióxido de carbono e sulfeto de hidrogênio

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