Moradores do Rio farão noite de Natal nas varandas para amenizar a distância na pandemia

De Diego Amorim no Jornal Extra.
Num ano em que a pandemia de Covid-19 impôs mudanças de comportamento à sociedade, janelas e varandas ganharam um protagonismo nunca antes visto e tornaram-se rota de fuga para os confinados. Muito mais do que uma forma de ver a rua, elas foram capazes de estreitar laços entre vizinhos e criar relações de amparo e companheirismo. E hoje não poderia ser diferente. Quem, em respeito ao distanciamento social, optou por passar esta noite sem reunir toda a família em torno da ceia, encontra nas janelas e varandas a melhor maneira para celebrar a data sem deixar a magia do Natal de lado.
— Geralmente toda a família se reúne na casa da minha mãe, mas este ano ficaremos cada um na sua casa. Eu decorei a minha varanda para um Natal a dois. Ficaremos eu e meu marido. Combinamos um brinde com os vizinhos. Tem sido um ano muito difícil, com milhares de vidas perdidas, mas Natal é nascimento de Cristo e precisamos celebrar de alguma forma — diz a contadora Rosana Santos, de 42 anos, moradora de Botafogo, Zona Sul do Rio.
No edifício da professora Daniela Guimarães, de 40 anos, no Grajaú, Zona Norte, os moradores também viram nas janelas a chance de compartilhar solidariedade. Ela não esquece o dia em que correu à janela para se unir a outros moradores num “aplausaço” pela recuperação de um vizinho, em abril.
— Logo no início da pandemia, um vizinho nosso pegou Covid-19 e ficou muito mal. Ficamos comovidos com esse caso, e quando ele teve alta do hospital todos correram para a varanda para aplaudir. Foi emocionante. Agora, no Natal, vamos nos cumprimentar pela varanda à meia-noite — conta ela.
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