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Moradores temem que ocorra uma tragédia em barragens de Paracatu

Foto: Reprodução/ YouTube

Do Estado de Minas:

Aurum no latim significa “brilhante” e dá nome ao metal que produziu colonizações e encantou impérios. O ouro ainda tem alto valor monetário, mas sua exploração pode provocar danos físicos e ambientais irreparáveis. A 234 quilômetros da capital federal, na cidade de Paracatu (MG), a Kinross Gold Corporation explora a maior mina de extração do metal a céu aberto no Brasil. Depois da tragédia de Brumadinho (MG), o medo tomou conta da cidade. Há três anos, depois do desastre de Mariana (MG), o receio já tinha aumentado. Isso porque a mineradora atua a apenas 300 metros da cidade. Autoridades procuram confortar a população com audiências e vistoria na empresa, mas as redes sociais estão fervendo de comentários e rumores.

O medo vai além de algum rompimento das duas barragens da região, Santo Antônio e Eustáquio. As pessoas temem falar sobre a empresa. Abordadas pela reportagem, cidadãos de variadas funções e idade, rejeitaram com receio de que algo pudesse “desagradar” à empresa, como deixaram claro. Um motoboy, 62 anos, que não quis se identificar, lembrou um ditado popular ao avaliar o cuidado da população: “Em boca fechada, não entra mosquito”

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Mesmo com água disponível no município, a contadora esclareceu que parte da população consome água mineral de fora. Entre elas, a gerente de uma sorveteria no centro da cidade Maria do Socorro, 55. Questionada se tinha comprovação de que a água é contaminada, disse não ter certeza, mas que preferia não arriscar. Há cinco anos em Paracatu, Maria do Socorro está apreensiva. “Essa mineração é perigosa, corremos risco iminente. Isso é brincar com fogo em nome do dinheiro. Será que o tanto que já recolheram não basta?”, questionou. “Ninguém é contra o ouro, mas vidas estão em jogo. Os chefes da empresa não moram aqui, estão longe. Nem os parentes estão aqui. Nós é quem somos afetados”, afirmou.

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