Apoie o DCM

Moraes reforçou segurança da família após “ameaças de cunho sexual” por bolsonaristas

Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: Ruy Baron/BaronImagens

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contou em entrevista à Veja que precisou reforçar a segurança de familiares após receber diversas ameaças, inclusive de “cunho sexual”. O membro da Corte passou a ser um dos principais alvos do bolsonarismo após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inflamar seus seguidores em um discurso na Avenida Paulista, em 7 de setembro de 2021. Na ocasião, o então presidente chamou Moraes de “canalha” e disse que não iria cumprir suas decisões. Veja trechos da entrevista: 

O senhor foi, inclusive, citado diretamente pelo ex-presidente.

Você incitar uma turba raivosa contra um determinado alvo é muito perigoso. A criminologia aponta isso. É o que chamamos de lobo solitário. Alguém acorda um dia e pensa: “Vou resolver isso para o meu grupo”. Vai lá e pratica um crime. O STF e alguns ministros foram sendo marcados como alvo (…)

Depois de 7 de setembro de 2021, o senhor temeu pela sua segurança e da sua família?

Quando se envolve a família, é muito mais sério. Nós que estamos no cargo, por um motivo ou outro, aceitamos os riscos. É uma opção minha. Família, não. Esses extremistas, principalmente os milicianos digitais, são covardes pessoalmente e muito corajosos virtualmente, escondidos atrás do anonimato. Quase diariamente mandaram ameaças, a maioria para as minhas filhas. Porque, além de tudo, são covardes e misóginos. E sempre ameaças de cunho sexual. A segurança da família foi reforçada.

Em relação às eleições, houve um momento complicado, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro convocou embaixadores de outros países e questionou o sistema eleitoral brasileiro. Como o senhor avalia? 

O sistema eleitoral brasileiro é o melhor sistema do mundo de apuração. Nós temos 156 milhões de eleitores. Somos um país continental, a quarta democracia do mundo. Só perdemos para Estados Unidos, Índia e Indonésia. (…) Nunca houve demonstração de uma fraude. Nunca aconteceu. Isso é um absurdo.

Entre as hostes bolsonaristas, há uma visão de que é possível reverter esse julgamento até 2026. Isso juridicamente é possível?

Os advogados ingressaram com um recurso extraordinário. Foi negado aqui pela presidência. Houve um agravo que vai automaticamente para o STF e lá isso será analisado se é uma questão constitucional ou não.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link