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Moreira Franco aposta na ‘experiência’ de Bolsonaro como deputado: ‘Ninguém fica 30 anos na Câmara sem aprender’

Moreira Franco. Foto: EBC

Da Folha

Um dos principais auxiliares de Michel Temer, o ministro Moreira Franco (Minas e Energia) afirmou que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) tem experiência parlamentar suficiente para saber como se negocia no Congresso e que seu problema não será político, mas econômico.

“Ninguém fica 30 anos na Câmara sem aprender”, disse Moreira em entrevista à Folha.

Segundo o ministro, Bolsonaro “não pode errar” na condução da economia para não viver “os mesmos constrangimentos” de outros governos.

Como o sr. avalia a vitória de Jair Bolsonaro? É resultado de um processo que começou nas manifestações de 2013, ainda no governo Dilma. Dava para sentir a insatisfação das pessoas com a situação econômica. A crise fiscal inibiu a capacidade de investimento do governo, as pessoas perceberam que havia um descolamento entre promessas e realidade, pararam de confiar no governo e foram para as ruas. Já naquele momento, começou-se a sentir a presença de uma coisa militar.

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Apesar de estar no Congresso há 27 anos, Bolsonaro se vendeu como novo, que rechaça práticas da política tradicional. O sr. acha que ele vai conseguir governar sem acordos? Ninguém fica 30 anos na Câmara sem aprender. Ali você tem a possibilidade de conviver e ver como as coisas se resolvem. Bolsonaro tem experiência para isso, sabe como funciona a composição de maioria. Sabe que ao longo dos 30 anos em que ele passou por lá mudou muito —e mudou para pior— como as maiorias se fazem. Sabe o tamanho da dificuldade que os governos vêm tendo para compor maioria.

Bolsonaro vai conseguir governar sem o centrão e o MDB? Ele sabe que precisa do Parlamento e que o Parlamento é onde você constrói suas alternativas. Bolsonaro consegue distinguir como se dão e quais as consequências dos dois tipos de negociação que têm se verificado no Parlamento: um em que o ganho financeiro era o objetivo principal, usado no mensalão, e o outro em torno da execução de políticas publicas. Ele precisa focar o esforço em dois pilares: o teto de gastos e a reforma da Previdência.

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