Do Uol
Na sentença que condenou o ex-ministro Antonio Palocci (PT) a 12 anos de prisão, o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, criticou, indiretamente, a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin de tirar de suas mãos alguns processos da operação. Fachin é o relator da Lava Jato no Supremo.
Na semana passada, o ministro repassou três investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e uma investigação contra o deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), baseadas nas delações da Odebrecht, à Justiça Federal em São Paulo e no Distrito Federal.
Sem citar um caso específico ou Fachin, Moro disse que separar os processos prejudica a Justiça, já que as ações da Lava Jato têm fatores que as interligam.
“Diante de um conjunto de crimes praticados no mesmo contexto e que contam com um acervo probatório comum, a forma errada de lidar com eles é separar todos os processos e provas e pulverizar perante o território nacional, de forma que cada Juízo fique com um pequeno pedaço e que seja de difícil compreensão sem a visão do todo”, escreveu Moro.
Para o juiz de Curitiba, “a forma correta, no que se refere aos crimes praticados no âmbito do esquema criminoso envolvendo contratos da Petrobras é concentrá-los no Juízo prevento [a 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná], o presente, portanto”.
A assessoria de imprensa de Fachin informou que o ministro não iria comentar a decisão de Moro.
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