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Moro diz que “interação” com Dallagnol era esperada em operação “complexa e longa”

Moro e Dallagnol

Da Veja:

O ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça Sergio Moro entrou com uma ação nesta quarta-feira, 3, no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir ao ministro Edson Fachin a cassação da decisão do ministro Ricardo Lewandowski que concedeu à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acesso a mensagens trocadas entre Moro e procuradores da Operação Lava Jato, acessadas por hackers e apreendidas na Operação Spoofing. O principal argumento do ex-juiz é o de que Lewandowski “usurpou a competência” de Fachin ao decidir sobre o caso, ou seja, analisou um processo que caberia ao colega. Moro quer a concessão de uma liminar, pelo ministro ou pelo plenário do Supremo, que derrube a decisão de Lewandowski.

A Reclamação de Sergio Moro endereçada a Edson Fachin, assinada pela mulher do ex-juiz, a advogada Rosângelo Wolff Moro, só se refere ao conteúdo como “supostas mensagens” e afirma que o diálogo em que Moro consulta o procurador Deltan Dallagnol sobre se os procuradores já tinham uma “denúncia sólida o suficiente” contra Lula tinha o intuito de “proteger” o ex-presidente de eventuais “acusações levianas” do Ministério Público Federal. Como resposta, Dallagnol explicou em linhas gerais o conteúdo da acusação a ser feita contra o petista e Moro concluiu: “Ok. Grato pela descrição”. (…)

Em outro trecho da Reclamação, Sergio Moro diz que em uma operação “complexa e longa” como a Lava Jato “é de se esperar a interação entre juiz, procuradores e advogados e que não se limitam às petições formais nos processos ou às manifestações em audiência”. Ele observa que é prática comum no Judiciário que juizes recebam pessoalmente as partes, “sem estar necessariamente presente a parte contrária”, sem que isso seja considerado ilegal. Sobre as trocas de mensagens com procuradores da Lava Jato pelo Telegram, afirma que “podem alguns até considerar inadequada a forma, mas jamais ilegal, ilícita ou imoral”.

(…)