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Moro era informado por Dallagnol sobre processos em andamento no STF

Da ConJur

Dallagnol e Moro

Embora procuradores de primeira instância não atuem junto ao Supremo Tribunal Federal, integrantes da “lava jato” no Paraná sabiam os detalhes de processos que tramitavam na corte e os repassavam ao ex-juiz Sergio Moro.

O diálogo consta em um voto proferido nesta terça-feira (9/2) pelo ministro Gilmar Mendes na reclamação que garantiu à defesa de Lula acesso às mensagens que foram hackeadas dos celulares de procuradores e de Moro.

De acordo com o trecho, o então juiz direcionava o poder de provocação do MPF por fora dos autos, inclusive em processos que ele não tinha acesso, como os que correm na Suprema Corte. Em 24 de abril de 2017, ele e Deltan Dallagnol conversavam sobre uma reportagem do Fantástico revelando que Eduardo Hermelino Leite, ex-vice presidente da Camargo Corrêa, não estaria cumprindo com a obrigação de serviço comunitário, tal como firmado com o MPF.

Moro diz ao procurador: “Caro, este foi o terceiro fantástico sobre o descumprimento do acordo do Leite. A carta precatória deve estar retornando. Ontem constou que, pelo registro da tornozeleira, ele não foi prestar serviço mesmo. Se não for feito nada, haverá não só um problema de leitura da opinião pública em relação aos acordos em geral, mas, o que é mais grave, uma leitura de que há leniência por parte de outros colaboradores. Pela nossa visão, seria importante uma atuação que sirva de exemplo aos demais.” (…)