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Moro induziu Judiciário ao erro e Lula vai recuperar os direitos políticos, diz Zanin

Cristiano Zanin, advogado de defesa de Lula, durante julgamento de recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em janeiro de 2018 / Foto: Sylvio Sirangelo/AFP

Leonardo Lellis entrevistou o advogado Cristiano Zanin, do ex-presidente Lula, na Veja.

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O senhor vê perseguição do então juiz Sergio Moro a Lula, mas ele teve sua condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça. O vício decorre da suspeição de Moro e permanece mesmo após a análise por outras instâncias. A razão é simples: o momento fundamental do processo é a instrução, a fase da coleta de provas, e quem conduziu isso foi o então juiz Moro. O que chegou às instâncias superiores foi esse conjunto probatório, com todos os problemas decorrentes dessa situação. Moro induziu o Judiciário ao erro.

Não há contradição em criticar tanto a Justiça e, ao mesmo tempo, recorrer a ela para buscar a absolvição? Lula tem confiança em que a Justiça vai reconhecer a nulidade do processo e que ele não praticou nenhum crime. O ex-­presidente não faz crítica às instituições, mas à atuação de determinados membros do sistema que agiram fora dos limites da lei. Não vejo contradição.

Lula já teve mais de 16 milhões de reais bloqueados pela Justiça. De onde vem esse dinheiro? Parte substancial do patrimônio do Lula provém de palestras licitamente realizadas pelo ex-presidente e nem de longe chega a essas quantias que muitas vezes são indicadas nos processos.

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Como pretende garantir que seu cliente dispute eleições? Nós esperamos poder dar a ele essa opção, mas não temos como garantir. O que podemos é trabalhar com vistas à anulação de todo o processo, e isso poderia restabelecer os seus direitos políticos.

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